O evangelizador bebê e o missionário bumerangue: erros e acertos das Missões


Não atire a palavra de Deus de qualquer jeito!

Não atire a palavra de Deus de qualquer jeito! Volta sem resultados.

RICHMOND, VA. (B.P.) – Depois de já estarmos há pelo menos 40 anos na “era do voluntário” de missões mundiais, o debate ainda está sem resposta sobre se estes curtos períodos de ação dos voluntários são uma bênção ou uma maldição para a obra missionária. Leia mais, aprenda…corrija os erros do planejamento em seu trabalho missioinário. Cristo agradece!

Folheando revistas de missões ou visitando alguns blogs, você encontrará vários artigos comemorando ou questionando o fenômeno voluntário que atualmente tem se intensificado grandemente, que tem feito dezenas de milhares de membros da igreja, leigos em teologia, mas que resolvem fazer viagens ao exterior para pregar o Evangelho nos cantos mais remotos do mundo.

Em um extremo desta questão filosófica estão aqueles que acreditam que os voluntários têm transformado e revitalizado missões, voltamos ao princípio da tarefa de missões globais envolvendo quem realmente foi comissionado para tal: – a igreja local – e, assim, estão sendo mobilizadas várias gerações de crentes para levar o Evangelho às nações, num mecanismo difuso, mas cristocêntrico.

No outro extremo estão os críticos que advertem que “os missionários amadores” que estão na verdade de férias com boas intenções (porém possuem má preparação) acabam por fazer pouco impacto positivo para o reino de Deus no exterior – e acabam causando danos reais em alguns casos.

Não tenho a pretensão de ser imparcial neste debate: Eu sou pró-voluntáriado. Tenho vivido como missionário de ação voluntariada desde a década de 1970. Uma semana depois de eu terminar a faculdade de jornalismo, eu assinei com a Missão Batista da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos o Termo de Cooperação Voluntariada para o então “novo programa para voluntários de longa duração” e comecei a escrever reportagens sobre os voluntários que trabalham por todo o Estados Unidos. Poucos anos depois, entrei para a International Mission Board (Junta de Missões Internacionais – Também da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos) e comecei a relatar sobre os voluntários em ação no exterior.

Babás de voluntários: já basta o pesado fardo do missionário e você ainda sobe nas costas dele!

Naquela época, alguns missionários reclamavam de ter que “gastar parte do tempo de seus ministérios como ‘babá’ de voluntários visitavam os campos”. Eles falavam sobre ter que encontrar algo produtivo para estes voluntários fazerem, como mantê-los nos campos sem que causassem um incidente internacional, etc… O tempo passou e mais e mais voluntários leigos vieram para servir nos campos. Os missionários de mente aberta – e mesmo alguns dos que reclamavam – começaram a descobrir o quão importante pode ser a presença de voluntários no evangelismo, no trabalho de socorro, no lançamento novos ministérios e até na penetração em novas regiões e grupos de pessoas com o Evangelho. Quando os voluntários voltam para suas casas, eles animadamente contam sobre suas aventuras espirituais e despertam em suas igrejas o apoio e participação em missões.

Hoje: experiência decisiva a favor do voluntariado. Mas precisa ser melhor planejado!

Hoje, a maioria dos novos missionários fixos conta sobre as experiências que tiveram como voluntários ou como trabalhadores de curto prazo nos campos ressaltando que estes foram os momentos decisivos em sua jornada para um compromisso de vida dedicada integralmente a missões.

Voluntariado não é acampamento de férias! É busca de resultados concretos.

Ainda assim, os críticos citam alguns pontos importantes contra o voluntariado. Há uma maneira correta – e muitos caminhos errados – para fazer o voluntariado em missões. Equipes de alguma Igreja que “caem de paraquedas” em um local no exterior, que não fazem nenhuma tentativa de trabalhar em conjunto com os missionários ou mesmo que não buscam o contato com os crentes locais e continuam a fazer suas próprias atividades independentes raramente produzem resultados concretos.

Eles, frequentemente, reivindicam que houve centenas ou milhares de “convertidos” naquele trabalho, muitos dos quais não podem ser encontrados uma semana depois de a equipe de voluntários voltar para sua Igreja.

O evangelizador bumerangue: desperdício de tempo e recursos financeiros e humanos

Um amigo missionário no sudeste da Ásia tem trabalhado por muitos anos em uma terra que recebe muitos visitantes deste tipo. Eles vêm. Eles olham ao redor. Eles partem. Pouco é o retorno real daquele trabalho.

“As pessoas vêm e vão aos campos com grandes intenções de “salvar aquela nação”, diz ele. ”Quase todo avião que pousa tem uma ou duas equipes de missões nele.  Muitos dos que vem são pouco mais do que simples ‘turistas cristãos’, onde escolhem alguns locais chave e ignoram milhares de locais menos proeminentes.”

Ele chama isso de “evangelismo bate-e-volta”.

“Eu sei que há uma montanha de grandes cristãos que amam este país e que todos nós estamos fazendo todo o possível para ver a mudança acontecer aqui”, ressalta. No entanto, “para haver uma mudança na cultura, para vermos a mudança na comunidade, é exigido um elemento muito importante.

Não se trata apenas permitir à igreja local ter as estratégias nacionais, educação, dinheiro, edifícios, infraestrutura, uma boa governabilidade, ter acesso à eletricidade, à Internet de alta velocidade, ao treinamento sistemático, à locais dedicados, a materiais de treinamento, ao sustento dos missionários pioneiros, ao envio de mais equipes de missões permanentes, de pregadores, criação de mais escolas bíblicas, presença de mais ONGs, de outras organizações eclesiásticas, de mais igrejas, de formação de mais pastores locais. Isto não é tudo.

Todos estes esforços serão bons e, eventualmente, teremos o desenvolvimento, mas o que é necessário para a mudança é algo muito mais secular: dar o tempo necessário para a influência da evangelização em Cristo acontecer.

Não adianta só amor em Cristo e boa vontade: a evangelização cristã precisa de tempo…e presença local!

“Para realmente ver a nação mudar, precisamos de pessoas que são chamadas por Deus e que estão dispostas a entregar as suas vidas aqui.”

Para ganhar a confiança das pessoas é requerido tempo. Para construir relacionamentos é requerido tempo. Para aprender uma língua exige tempo. Para desenvolver estratégias fundamentais é exigido tempo. Para ter uma influência sobre uma cultura é requerido tempo.

Depois do amor de Cristo, o tempo é a coisa mais importante que os missionários podem dar ao povo a quem servem. Dia após dia, mês após mês, ano após ano dedicar um tempo àquele povo.

Logicamente não é de uma hora para a outra que um país se torna cristão já que é necessário tempo para preparar os crentes locais para assumirem o trabalho.

Voluntários que desejam fazer a diferença e que são sábios procuram os cristãos permanentes daquela localidade.

Cristo não precisa de Indiana Jones!

Continua o pastor Hunt: “Eu vejo um monte de igrejas e jovens pastores entusiasmados que partem para o campo missionário sem ter uma visão missionária definida, sem fazer as relações estratégicas, sem traçar nenhum plano de ação”, observa ele. “Eles dão ‘um tiro aqui e outro ali’ e voltam para casa com algumas grandes histórias, mas muitas vezes o trabalho acaba ali mesmo. Não tente ser um Indiana Jones (o herói solitário que mal consegue voltar vivo). Seja um jogador que participa de um time vitorioso, que tem um treinador e uma meta real… Trabalhe com um parceiro experiente, que saiba da missão no seu campo escolhido. Agindo assim, você vai fazer um impacto muito mais duradouro.”

“A igreja local está acordando para o seu papel na Grande Comissão, mas isso não significa que não precisamos da ação de Deus chamando e preparando em treinamento cultural os missionários de longo prazo que possam amar apaixonadamente aquele povo e compreender profundamente o grupo de pessoas ao qual irá dedicar sua vida”, como escreve o presidente da Convenção Batista do Sul dos EUA, PR. Johnny Hunt, em seu novo livro, Get Connected: Mobilização de sua igreja para a Missão de Deus (imb.org / GetConnectedBook ).

Pr. Johnny Hunt

Hunt é, desde 1987, pastor na Primeira Igreja Batista de Woodstock, Geórgia, e liderou uma igreja que não tinha produzido um só missionário em seus 150 anos de história para se tornar um dos mais estratégicos centros de mobilização missionária de todos os Estados Unidos. Atualmente eles enviam centenas de voluntários e novos parceiros todos os anos como missionários, para alguns dos locais mais difíceis do mundo. Mas a Igreja Batista de Woodstock nunca fez missões sem ter metas definidas.

Destacando os pontos principais:

  • Não seja um evangelizador bumerangue, crie relacionamentos locais.
  • Procure voltar sempre para o mesmo país e reencontrar periódicamente seus contatos locais: não fique numa ciranda turística por vários países, não resolve nada.
  • Planeje com antecipação, junte se a organizadores experientes.
  • Entre em contato e associe-se com missionários da linha de frente. Aja de acordo com eles e não seja mais um “fardo” na missão deles.
  • Cristo não precisa de heróis, mas de conversões efetivas. Isso toma tempo…o TEU tempo. Dê teu tempo para Cristo.
  • Voluntariado é trabalho organizado em busca de resultados. Depois da missão, você tira suas férias em outro lugar que quiser.
  • Parta no seu voluntáriado já sabendo exatamento que vai fazer e como fazer
  • Nunca aja em desacordo com o missionário do país de destino. Ele sabe o que fazer muito melhor do que você.
  • Mesmo que não vá ficar numa missão de longa duração, pesquise e aprenda algo da cultura local. E se conseguir aprender algumas palavras do idioma, ainda melhor! A compreensão da cultural local aumenta os resultados da evangelização.

Por Erich Bridges
Jornalista da WorldVision (Visão Mundial) – Baptist Press International
Publicado originalmente em: IMB – International Mission Board
Fonte: Mantenedor da Fé

2 Respostas

  1. Prezados irmãos em Cristo,

    A Paz do Senhor

    agradecemos a indicação da fonte na reprodução do texto, porém houve um problema. Igrejinha é o nome da CIDADE do estado do RS onde residimos e é localizada nossa Igreja. Os irmãos poderiam corrigir para: Mantenedor da Fé (o nome de nosso blog) ou Igreja Batista em Igrejinha (o nome de nossa igreja).

    Desde já agradecido

    André Ricardo
    Min. de Comunicações da
    Igreja Batista em Igrejinha-RS

  2. CUIDADO: O site do Mantenedor da Fé é altamente censurador. Ele cerceia o direito de resposta.

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